Incêndios em Montalegre
Deputados assinalam «bom exemplo» da reflorestação em Fafião
Os deputados da Comissão Eventual de Acompanhamento e Avaliação da Floresta Contra Incêndios consideraram hoje como um «bom exemplo» a reflorestação nos baldios de Fafião, Montalegre, onde se concilia a floresta com a pastorícia e o turismo
Depois de um grande incêndio em 1999, o conselho directivo dos baldios de Fafião, freguesia de Cabril, em Montalegre, implementaram vários projectos de reflorestação que obedecem a uma «lógica integrada» de gestão dos terrenos.O presidente da Junta de Freguesia de Cabril, Pedro Giesteira, disse à Agência Lusa que 1.000 hectares do total de 2.100 dos baldios de Fafião, foram reflorestados com pinheiros bravos e silvestres, bétulas, carvalhos e sobreiros, nos quais foram implementados vários caminhos de forma a dar descontinuidade à floresta.Para além dos vários pontos de águas que foram criados, a aposta passou também pela limpeza dos matos que, segundo o responsável, «é feita regularmente».O resultado foi, de acordo com Pedro Giesteira, uma «redução muito significativa» do número de ignições e de área ardida naquele território que integra o Parque Nacional da Peneda-Gerês.Para o responsável, o objectivo destes projectos, que contaram com o apoio de fundos comunitários, do PNPG e da Câmara de Montalegre, foi «planificar e ordenar» para ser mais fácil a «gestão» deste espaço florestal.Para Luís Carloto Marques, deputado do PSD que integra a Comissão Eventual de Acompanhamento e Avaliação da Floresta Contra Incêndios, Fafião é «um bom exemplo» do trabalho que pode ser feito na floresta.O deputado destacou a interligação entre a pastorícia, já que nesta zona se aposta na produção de cabrito de raça bravia e vaca barrosã, a floresta e o turismo de natureza.Segundo Luís Marques, o objectivo da visita do grupo parlamentar a Montalegre foi precisamente «divulgar» este bom exemplo do que pode ser feito na floresta portuguesa.Também Jorge Almeida, deputado socialista, destacou o «ordenamento florestal» implementado e a «participação activa" das populações locais na concretização dos projectos».Nesta deslocação ao distrito de Vila Real a Comissão Eventual de Acompanhamento e Avaliação da Política Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios vai também reunir-se com os técnicos da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), especialistas pela área dos fogos florestais.Técnicos da UTAD estão a avaliar, este Verão, o combate aos grandes fogos florestais para melhorar as estratégias de combate e reduzir a área ardida em Portugal, um projecto que resultou de uma parceria com a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).A UTAD destacou para a sede da ANPC dois colaboradores para tratamento de dados, definição de indicadores de gestão e preparação e elaboração de relatórios semanais de monitorização das operações de combate. No terreno, técnicos e alunos da UTAD, fazem a monitorização dos incêndios, desde os meios colocados no terreno, da sua capacidade de intervenção, da logística agregada, da forma de ataque, dos recursos a técnicas de fogo controlado e de contrafogo, à incorporação de analistas de incêndios para uma melhor leitura do teatro das operações.O coordenador do estudo, Hermínio Botelho, disse à Lusa que hoje, por exemplo, estão duas equipas, com quatro técnicos cada, na Lousã para avaliar o combate ao incêndio que deflagrou naquela zona. Em Outubro, segundo o responsável, vai ser feita uma «avaliação global» dos resultados, a partir da qual serão promovidas as alterações mais estruturais que são necessárias introduzir no dispositivo do ano 2008.O departamento florestal da UTAD tem desenvolvido, nos últimos anos, um vasto trabalho de investigação, designadamente na criação e acompanhamento das equipas de fogos tácticos, em que se utiliza o contrafogo como uma das formas de combater o incêndio.
Lusa/SOL
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