Depois de denúncias de atrasos nos pagamentos
07.08.2007 - 21h17 Lusa
O Ministério da Administração Interna (MAI) ordenou hoje à GNR para celebrar "imediatamente" os contratos com os cerca de 900 vigilantes da floresta, depois de estes terem denunciado que estavam a trabalhar sem um vínculo profissional.
Num comunicado divulgado hoje, o do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, explica que um despacho emitido a 5 de Julho instruía o comandante geral da GNR a “outorgar os contratos de trabalho a termo necessários à contratação de 908 vigilantes”.O despacho aguarda ainda publicação em Diário da República mas “mesmo antes da celebração dos contratos de trabalho com os vigilantes, a GNR adiantou as verbas correspondentes às remunerações vencidas entre 15 de Maio e 30 de Junho”, adianta a nota.No entanto, e indo ao encontro das reivindicações dos vigilantes, Rui Pereira revela que "transmitiu já instruções para que os contratos sejam imediatamente celebrados mesmo antes da publicação do despacho em Diário da República, visto que tal publicação não é condição de legalidade dos contratos". O ministro da Administração Interna deu igualmente instruções à Guarda Nacional Republicana (GNR) para o adiantamento das verbas correspondentes às remunerações de Julho. Vigilantes sem contrato e com salários em atrasoUm dos vigilantes revelou ontem que os cerca de 900 vigilantes contratados para detectar incêndios florestais ainda não receberam o vencimento de Julho e que desconheciam quando seriam pagos, situação que a própria GNR, que os contratou, confirmou.Mário Santos, que trabalha num posto na Serra de São Luís, na região de Setúbal, dizendo falar em nome dos colegas, disse também que, a par do atraso no pagamento, os vigilantes que trabalham nos 236 postos de vigia a termo certo até final de Setembro também não assinaram ainda qualquer contrato. Acrescentou que os vigilantes dos 69 postos da rede primária de vigilância, activada desde 15 de Maio, receberam um adiantamento alegadamente correspondente ao mês e meio que terminou no final de Junho, mas que Mário Santos diz não ser coincidente com o que os vigilantes contavam receber. O ordenado "apalavrado", porque não há nenhum contrato firmado, era de 500 euros mensais mais subsídios de refeição e de turno, explicou. Contactado ontem pela Lusa, o porta-voz do Comando-Geral da GNR disse que a situação se arrasta por não ter sido ainda publicado em Diário da República o despacho que disponibiliza a verba para os pagamentos aos vigilantes. "Provavelmente, voltará a ser-lhes adiantado o mês de Julho", disse o tenente-coronel Costa Cabral, adiantando estar "convencido" que "nos próximos dias", "talvez ainda esta semana", o problema fique resolvido. A rede de vigilância para detectar fogos florestais tem um total de 236 postos, 69 dos quais entraram em funcionamento a 15 de Maio e os restantes 169 a 1 de Julho, com actividade prevista até final de Setembro. Público
Nenhum comentário:
Postar um comentário