Terça-Feira, 05 de Agosto de 2008
Zonas de pinhal destruídas nos grandes incêndios de há cinco anos no distrito de Castelo Branco estão a ser "ilegalmente substituídas por eucaliptos", alerta um dirigente da Quercus
Luís Fonseca“Temos denunciado às autoridades situações que encontramos no terreno, desde Pampilhosa da Serra a Abrantes e até na Serra da Gardunha”, garante Samuel Infante, dirigente da Quercurs em Castelo Branco. Em causa, plantações ilegais em zonas ardidas, cinco anos após os grandes indêncios que assolaram a Beira Baixa.“A substituição é ilegal, os eucaliptos ardem com mais facilidade em caso de incêndio e nem são as espécies mais viáveis”, acrescentou. Samuel Infante lamentou que os proprietários não apostem na reflorestação com espécies autóctones, “que até são apoiadas pelo Estado”, como o sobreiro, azinheira ou castanheiros, pois “uma floresta diversificada é mais resistente aos fogos". "Mas parece que não aprendemos a lição”, lamentou.MAIORIA ESTÁ AO ABANDONONo entanto, a maioria da área ardida há cinco anos “está abandonada”, longe da reflorestação ideal, mas sobre a qual não havia grandes expectativas. “A maioria dos terrenos ardidos está abandonada e onde há regeneração natural tem havido muito pouco ordenamento”, alertou Samuel Infante, segundo o qual “não houve mudança de mentalidade do proprietário florestal e prevalece o regime de propriedades de pequena dimensão. Ou seja, não há interesse pela floresta”.“Também não tínhamos expectativas muito altas, porque estas reformas levam 10 a 20 anos até que haja resultados visíveis”, frisou. Os incêndios registados em 2003 destruíram mais de 424 mil hectares e provocaram 20 mortos em todo o país. O distrito de Castelo Branco foi o mais afectado, com 90 mil hectares de mato e floresta destruídos e 40 casas de habitação permanente queimadas.Pedido para simplificar as ZIF...A constituição de Zonas de Intervenção Florestal, para unificar as pequenas parcelas de terreno sob a mesma gestão, é a solução, mas Samuel Infante pede “simplificação” do processo administrativo e uma atitude “mais proactiva relativamente à união de propriedades”.Ainda há poucos dias, autarcas de Oleiros, Castelo Branco e Fundão queixaram-se ao Diário XXI de praticamente não ter existido reflorestação nas zonas ardidas, por não haver medidas que a incentivem, como a simplicação das ZIF..... e Governo diz que “sim”Depois de ouvidas as queixas, o governo anuncia que quer flexibilizar a constituição das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), estando a preparar uma nova legislação que deverá encurtar o seu tempo de criação de dois anos para sete meses.Segundo o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, o processo de criação das ZIF é "muito burocrático", pelo que está ser preparada nova legislação para agilizar o processo. Ascenso Simões falava ontem durante cerimónias em que participou no Algarve.“O BOM CAMINHO”Segundo o secretário de Estado existem cerca de 124 mil hectares de área intervencionada, mas o objectivo é atingir no fim do ano os 200 mil hectares e fazer com que a nova legislação permita criar uma ZIF em sete meses."As ZIF são o bom caminho, mas reconhecemos-lhes algumas dificuldades", disse Ascenso Simões, acrescentando que o Governo quer que o processo fique "mais leve" e que a constituição de uma ZIF seja menos demorada. Diário XXI
Zonas de pinhal destruídas nos grandes incêndios de há cinco anos no distrito de Castelo Branco estão a ser "ilegalmente substituídas por eucaliptos", alerta um dirigente da Quercus
Luís Fonseca“Temos denunciado às autoridades situações que encontramos no terreno, desde Pampilhosa da Serra a Abrantes e até na Serra da Gardunha”, garante Samuel Infante, dirigente da Quercurs em Castelo Branco. Em causa, plantações ilegais em zonas ardidas, cinco anos após os grandes indêncios que assolaram a Beira Baixa.“A substituição é ilegal, os eucaliptos ardem com mais facilidade em caso de incêndio e nem são as espécies mais viáveis”, acrescentou. Samuel Infante lamentou que os proprietários não apostem na reflorestação com espécies autóctones, “que até são apoiadas pelo Estado”, como o sobreiro, azinheira ou castanheiros, pois “uma floresta diversificada é mais resistente aos fogos". "Mas parece que não aprendemos a lição”, lamentou.MAIORIA ESTÁ AO ABANDONONo entanto, a maioria da área ardida há cinco anos “está abandonada”, longe da reflorestação ideal, mas sobre a qual não havia grandes expectativas. “A maioria dos terrenos ardidos está abandonada e onde há regeneração natural tem havido muito pouco ordenamento”, alertou Samuel Infante, segundo o qual “não houve mudança de mentalidade do proprietário florestal e prevalece o regime de propriedades de pequena dimensão. Ou seja, não há interesse pela floresta”.“Também não tínhamos expectativas muito altas, porque estas reformas levam 10 a 20 anos até que haja resultados visíveis”, frisou. Os incêndios registados em 2003 destruíram mais de 424 mil hectares e provocaram 20 mortos em todo o país. O distrito de Castelo Branco foi o mais afectado, com 90 mil hectares de mato e floresta destruídos e 40 casas de habitação permanente queimadas.Pedido para simplificar as ZIF...A constituição de Zonas de Intervenção Florestal, para unificar as pequenas parcelas de terreno sob a mesma gestão, é a solução, mas Samuel Infante pede “simplificação” do processo administrativo e uma atitude “mais proactiva relativamente à união de propriedades”.Ainda há poucos dias, autarcas de Oleiros, Castelo Branco e Fundão queixaram-se ao Diário XXI de praticamente não ter existido reflorestação nas zonas ardidas, por não haver medidas que a incentivem, como a simplicação das ZIF..... e Governo diz que “sim”Depois de ouvidas as queixas, o governo anuncia que quer flexibilizar a constituição das Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), estando a preparar uma nova legislação que deverá encurtar o seu tempo de criação de dois anos para sete meses.Segundo o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, o processo de criação das ZIF é "muito burocrático", pelo que está ser preparada nova legislação para agilizar o processo. Ascenso Simões falava ontem durante cerimónias em que participou no Algarve.“O BOM CAMINHO”Segundo o secretário de Estado existem cerca de 124 mil hectares de área intervencionada, mas o objectivo é atingir no fim do ano os 200 mil hectares e fazer com que a nova legislação permita criar uma ZIF em sete meses."As ZIF são o bom caminho, mas reconhecemos-lhes algumas dificuldades", disse Ascenso Simões, acrescentando que o Governo quer que o processo fique "mais leve" e que a constituição de uma ZIF seja menos demorada. Diário XXI
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