A Igreja Católica está empenhada na prevenção do drama dos incêndios, associado ao período do Verão, procurando mobilizar a população para a prevenção dos fogos florestais que, ano após ano, fustigam o nosso país. Várias dioceses responderam a um ofício do Ministério da Administração Interna (MAI), que solicitava a colaboração dos párocos para esta luta, pedindo que alertem os respectivos paroquianos sobre a necessidade de acções de prevenção. Uma fonte do MAI explicou à Agência ECCLESIA que a intenção é "sensibilizar as população" através da ajuda de pessoas que lhes são mais próximas, como é o caso dos prelados e dos sacerdotes. A ideia é divulgar boas práticas da vida diária que ajudem a prevenir o surgimento de situações dramáticas como as que se têm vivido nos últimos Verões.
A Igreja, aliás, será mesmo um canal privilegiado para a comunicação com algumas camadas da população do nosso país.
Através dos seus vigários-gerais (sacerdote a quem o Bispo diocesano delega o poder executivo para os actos administrativos), os Bispos de Leiria-Fátima, Vila Real e Viseu já enviaram uma nota aos párocos, pedindo particular atenção a este tema, inclusivamente nas suas homilias, sensibilizando as populações para que façam tudo o que estiver ao seu alcance no sentido de evitar o flagelo dos fogos.
Já em Abril de 1996, a Conferência Episcopal publicou uma Nota Pastoral lembrando os aspectos de natureza económica, social e religiosa implicados nos incêndios florestais: "avultados prejuízos económicos actuais e durante vários anos, desaparecimento de água e desertificação das terras, aumento de temperatura e diminuição das chuvas pela ausência de vegetação, poluição do ar e dificuldades de respiração nos idosos e doentes, o sentimento constante de pânico e de abandono das populações rurais já martirizadas pelo despovoamento e pela invasão de animais estranhos e de caça que destroem as poucas culturas existentes, e a atitude de desprezo pela terra o berço natural dado por Deus ao homem".
Igrejas abertas contra o calor
A Diocese de Viseu dá conta, ainda, de um pedido de colaboração, enviado pelo Delegado de Saúde do concelho de Viseu, no sentido de abertura e acolhimento, principalmente a idosos e crianças, de todas as Igrejas do concelho, na possibilidade de ocorrência de Ondas de Calor neste período.
"Considerando que a utilização das Igrejas para esse fim não desdiz, de modo nenhum, da santidade das mesmas, num espírito de cooperação com as Autoridades e procurando contribuir para o bem comum dos cidadãos, o Bispo de Viseu, D. Ilídio Pinto Leandro, concorda com a pretendida colaboração e recomenda a todos os párocos, reitores, capelães e outros responsáveis pastorais da Diocese que, com as devidas cautelas e sem prejuízo da santidade desses espaços, atendam às solicitações das respectivas Autoridades regionais e locais", refere a nota oficial.
Também a Diocese de Leiria-Fátima colabora com as autoridades de Saúde neste campo, através da divulgação de informação preventiva e, se necessário, em situações de emergência, "no abrigo às pessoas em ambientes frescos, mesmo que tenha que ser nas igrejas".
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