quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Defesa da floresta é «problema nacional»

Defesa da floresta é «problema nacional»
Defende na Guarda Abel Baptista
O presidente da Comissão Eventual de Acompanhamento e Avaliação da Política Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, Abel Baptista, considerou, nesta terça-feira, que a defesa da floresta é "um problema nacional" e deixou de ser "um problema das actividades rurais".

Segundo o responsável, "É preciso convencermo-nos que a nossa floresta não é exclusivamente uma floresta de extracção de madeira", e que "não é apenas uma necessidade para quem vive da floresta, da madeira, da caça, é de toda a gente, porque a floresta desempenha um papel importante em termos ecológicos e as populações urbanas também já perceberam que para terem outra qualidade de vida, precisam da floresta".
"Há muitas outras actividades económicas na floresta que passam pela questão da caça, pela produção de cogumelos, pela produção de frutos da floresta (castanha, noz, avelã), não descurando de forma alguma a questão do pastoreio que é, também de extrema importância e, portanto, tudo é importante em termos florestais", assinalou.

Para Abel Baptista é importante não só sensibilizar, como também apoiar a população na prática de actividades que possam rentabilizar as potencialidades florestais do país.

"Não é possível, hoje, viver exclusivamente da actividade florestal em zonas de minifúndio, como é, na generalidade dos casos, a floresta portuguesa", frisou, defendendo a continuidade de apoios específicos para a agricultura e para a silvicultura.

"Nós, normalmente achamos que a agricultura e a silvicultura recebem muitos fundos comunitários, mas não é verdade", referiu, sublinhando que o comércio e a indústria portuguesas também recebem apoios para a sua modernização.
Trabalhos de avaliação e defesa da floresta

Nesta deslocação ao distrito da Guarda para acompanhar situações de reflorestação e verificar o funcionamento do dispositivo distrital de combate a incêndios, a Comissão Eventual de Acompanhamento e Avaliação da Política Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios, também reuniu com responsáveis do Parque Natural da Serra da Estrela (Manteigas) e ficou a par do trabalho desenvolvido pela URZE -Associação de Produtores Florestais, nos concelhos de Gouveia, Seia e Manteigas.

Questionado sobre a campanha de reflorestação de áreas ardidas da Serra da Estrela, levada a cabo pela ASE - Associação Amigos da Serra da Estrela, intitulada "Um milhão de carvalhos para a Serra da Estrela", o presidente da comissão disse tratar-se de uma iniciativa que "era bom que fosse não só seguida pela sociedade civil, como por alguns organismos", sem especificar quais.

A deslocação à Guarda também incluiu uma reunião no Centro Distrital de Operações e Socorro, onde os deputados ficaram a par do dispositivo de combate a incêndios.

"O dispositivo da Autoridade Nacional de Protecção Civil está muito bem organizado, está consciente de todas as dificuldades que possam surgir e das situações de risco que acontecem nesta fase mais complicada e mais critica", referiu Abel Baptista.

O secretário de Estado da Protecção Civil, Ascenso Simões, que participou nos trabalhos, disse que o Ministério da Administração Interna fez "o trabalho de casa" em matéria de dispositivo operacional mas é necessário apostar na sensibilização da população para diminuir o número de ignições.

"Nós temos que fazer uma campanha intensa no sentido de que os cidadãos tenham atitudes correctas e não tenham comportamentos de risco na floresta", defendeu.

Segundo o governante, é necessário que as pessoas não façam fogueiras, não lancem foguetes, não tenham trabalhos agrícolas em dias críticos.

"Essas atitudes são relevantíssimas para não termos um número de incêndios anormal e por essa via, não termos incêndios grandes, porque quando existem muitas ignições, o dispositivo tem que se dispersar e há sempre condições para termos incêndios grandes", referiu.

"Se nós tivermos menos ignições, temos um dispositivo adequado para responder e temos uma maior eficácia e uma menor área ardida", concluiu Ascenso Simões.

31-07-2007
Ka /Lusa

Nenhum comentário: