A necessidade de fazer obras de recuperação em vários postos de vigia de fogos florestais e a aplicação de critérios mais exigentes no recrutamento de vigilantes está a atrasar a colocação de pessoal.
Cerca de 20 mil euros é quanto o segundo comandante distrital de Leiria da GNR estima que vai custar à corporação a recuperação da torre de vigilância instalada no concelho de Alvaiázere, de modo a ter condições para receber o pessoal vigilante. Este é um dos factores que leva a que ainda não tenha sido colocado pessoal nos referidos postos, localizados em diversos pontos do distrito de Leiria, nomeadamente em Figueiró dos Vinhos, Pombal e Alvaiázere. O major Lourenço Lopes explicou ontem, durante uma reunião com as forças de Protecção Civil envolvidas na preparação do período crítico para a ocorrência de incêndios florestais, que há "uma série de problemas herdados" do tempo em que as torres de vigilância estavam sob a alçada da Direcção Geral dos Recursos Florestais (DGRF), competência que passou a ser exercida pela Guarda Nacional Republicana (GNR) desde o Verão passado. Só neste distrito há 16 postos, instalados em locais de grande alcance visual, no topo de várias serras do território. Estas estruturas vão ser como que uma segunda casa para mais de 60 pessoas, contratadas para exercer a função durante os meses de estio. Depois de, no ano passado, dois dos contratados no distrito terem sido detidos por actividade delituosa relacionada com consumo de droga no meio das matas, a GNR apertou a malha na selecção de candidatos para o corrente ano, realidade que não pôde controlar em 2006 porque a transferência destas competências da DGRF para a GNR já foi feita depois do pessoal ter sido contratado, explicou o militar.
Vídeo-vigilância tem que esperar A questão das condições de funcionamento das instalações em causa é outra questão que preocupa a GNR, uma vez que algumas torres de vigilância não cumprem as normas de segurança para exercer a função dia e noite. Quanto aos postos de vídeo-vigilância, continuam a existir apenas três e estão localizados na zona Sul do distrito. O facto das torres de vigilância ainda não estarem ocupadas nesta altura do ano, quando já foi accionada a fase Bravo, brigando a uma maior mobilização de meios, foi notada por responsáveis autárquicos e dirigentes das corporações de bombeiros presentes na reunião de ontem. Neves Marques, comandante dos Bombeiros de Ansião desafiou o governador civil de Leiria a apresentar contas sobre os investimentos em meios humanos e materiais, onde estão envolvidas as forças de segurança (nomeadamente a GNR) e mesmo as forças armadas, enquanto se regista "um grande desinvestimento na área que compete aos bombeiros". O comandante de Ansião queixou-se que o dinheiro para os "soldados da paz" não passou de 150 mil euros, a distribuir por todas as corporações deste território. A resposta veio da parte do comandante operacional distrital da Protecção Civil. José Manuel Moura adiantou que as despesas de manutenção do dispositivo, integrando recursos humanos e materiais durante os meses de Verão, orça em milhão e meio de euros, atendendo a que o custo homem/dia é de 41 euros. Quanto a meios aéreos, a estrutura existente em Pombal onde está instalado o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR, continua à espera de um dos seis helicópteros pesados Kamov, adquiridos pelo Governo, que deveria ter sido activado no dia 15 de Maio. Quando chegar, ainda sem data anunciada, esta aeronave vai permitir a actuação num raio de 50 quilómetros, com capacidade para despejar até cinco mil litros de água, mais do dobro dos helicópteros tradicionais alugados para esta época, um dos quais voltará a ficar sediado em Figueiró dos Vinhos. No pico do Verão, quando estiver accionada a fase Charlie, o país vai contar em permanência com 34 helibombardeiros, oito aerotanques de ataque inicial e quatro aerotanques anfíbios, dois deles de grande carga, tipo Beriev, que esteve a experiência no ano passado em Portugal. in As beiras
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