sábado, 15 de maio de 2010

700 homens compõem Dispositivo de Combate a Incêndios do Distrito

Nova Guarda

A partir de 15 de Maio estará já estacionado um helicóptero na Guarda

Ainda que o distrito da Guarda não tenha registado uma grande área ardida este ano, comparativamente com o mesmo período do ano passado, o dispositivo que existirá no distrito da Guarda para responder à calamidade dos incêndios florestais vai ser idêntico ao do ano passado. As autoridades esperam que o Distrito não sofra este ano da mesma tragédia que atingiu no verão de 2009 o concelho do Sabugal, e por isso a prevenção e sensibilização são apostas para combater os incêndios florestais, que estatisticamente têm uma incidência muito reduzida em deflagrações sem intervenção humana.

Foi apresentado em Celorico da Beira, no início desta semana, o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais do Distrito da Guarda, que não sofre grandes alterações em relação ao que já esteve disponível no ano passado.

Já a partir de sábado, 15 de Maio, data de entrada em acção da fase Bravo, vai passar a estar estacionado na Guarda um helicóptero, e estarão em disponibilidade um efectivo de 80 operacionais, divididos por oito equipas de combate a incêndios (ECI) e oito equipas de intervenção permanente (EIP), junto das corporações de bombeiros do distrito da Guarda.

A formação do dispositivo, que irá crescendo gradualmente, a partir desta data e até 1 de Julho – quando estará no terreno a fase Charlie, conta com a colaboração dos 23 corpos de bombeiros existentes no distrito da Guarda.

Assim, a partir de 1 de Junho estará também já disponível um helicóptero na base de Seia. A 1 de Julho, aí sim, estará implementado todo o dispositivo, que será comporto por perto de 700 elementos terrestres, apoiados por mais de uma centena de viaturas e três meios aéreos (Guarda, Seia e Mêda). O Governador Civil do Distrito da Guarda salientou ainda a importância da complementaridade deste dispositivo de combate a incêndios com a confirmação da manutenção de uma base de meios pesados em Seia, integrado no dispositivo nacional.

O Comandante Distrital Operacional, António Fonseca, destacou que a estrutura que estará no terreno permitirá uma “musculada e consistente reacção” a um alerta de incêndio, fazendo sair os primeiros meios em apenas dois minutos, estimando-se que a primeira força seja capaz de chegar ao terreno num máximo de 20 minutos, seja por via terrestre ou com uma equipa helitransportada. “Os bombeiros estarão a trabalhar no máximo da sua disponibilidade”, concluiu.

Governador Civil acredita que um maior uso da terra impedirá grandes incêndios

Para Santinho Pacheco, Governador Civil da Guarda, o pouco uso das terras e consequente abandono das mesmas, sem que exista um cuidado com a sua manutenção e limpeza, são factores que não só não limitam a progressão dos incêndios florestais como contribuem para que estes progridam mais rapidamente no terreno.

Apesar de se mostrar “tranquilo” face aos meios que sabe que estarão disponíveis para o combate aos incêndios no distrito da Guarda, o Governador Civil voltou a apelar à “ocupação e eficaz uso do território”, como fórmula, neste caso, de uma “campanha eficaz” contra os incêndios.

Dos 1400 incêndios registados no ano passado, Santinho Pacheco frisou que “pouco menos de um por cento tem causas naturais”, frisando o factor humano, algumas vezes por negligência e outras por dolo, como factor principal dos incêndios florestais.

“Prevenção” é a palavra principal para o combate, defendendo Santinho Pacheco que pode haver necessidade de intervir por força de lei, tal como já existe nos casos dos meios urbanos, para que os proprietários das terras façam a desmatação devida, considerando que “cada cidadão é um agente da protecção civil”.

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais será composto por meios e elementos dos Corpos de Bombeiros, GNR, SEPNA, PSP; Sapadores Florestais, Autoridade Florestal Nacional (AFN), ICN-B (Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade), Forças Armadas, Cruz Vermelha Portuguesa, Associação de Produtores Florestais (APF), da empresa Afoselca e autarquias.

Por: José Paiva

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