Os técnicos do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes Aéreos (GPIAA) vão reunir-se amanhã, para analisar os destroços do avião Dromader que se despenhou na zona de Torres Novas, provocando a morte ao piloto.
Os peritos estiveram ontem no local do acidente a recolher vestígios e depoimentos, mas só na reunião de amanhã será feita a primeira análise às provas recolhidas, disse Anacleto Santos, director do GPIAA.O objectivo do inquérito é apurar se houve falha mecânica ou humana, o que neste caso pode tornar-se mais complicado, face ao grau de destruição da aeronave.O aparelho despenhou-se na sexta-feira à tarde, próximo do campo de futebol de Rexaldia, Torres Novas, depois de embater com uma asa num pinheiro, segundo testemunhas oculares.Ao tocar no solo, explodiu e incendiou-se. Os bombeiros tiveram que cortar os destroços para retirar o corpo do piloto – Luís Cunha, de 56 anos. Como muitos dos equipamentos ficaram calcinados, os inspectores terão mais dificuldade em chegar a uma conclusão rápida. Para as conclusões do inquérito serão determinantes também os resultados da autópsia ao corpo do piloto, pois não está excluída a hipótese de uma doença súbita ou insolação, explicou Anacleto Santos ao CM.As condições de habitabilidade dos pilotos será outro dos aspectos a ter em conta pelos técnicos do GPIAA. De acordo com o director do gabinete, é importante saber se têm condições para descansar quando necessário ou se, pelo contrário, estão instalados num local com demasiado calor, o que pode afectar o seu comportamento durante as operações de voo.Entretanto, a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) garantiu que Luís Cunha, que estava ao serviço da Aeronorte, tinha experiência de voo e estava devidamente certificado para o combate aos incêndios. O piloto contava “com 5512 horas de voo” e estava habilitado a pilotar diversas aeronaves, “até Maio de 2012”. O certificado médico tinha validade até 28 de Setembro.Quanto ao Dromader, Carlos Peixoto, director de operações da empresa proprietária, afiançou que o aparelho era inspeccionado todos os dias por mecânicos especializados, na pista da Giesteira (Fátima), onde estava estacionado.Ontem à tarde, chegou a Fátima um avião de substituição, semelhante ao que se despenhou.O piloto que morreu no acidente era natural da Guarda, mas residia em S. Mamede de Infesta. Era divorciado e tinha um filho que também é piloto. AVIÕES BERIEV CHAMADOS PARA INCÊNDIOOs dois aerotanques pesados Beriev 200, estacionados na Base Aérea de Monte Real, Leiria, foram chamados ontem a combater um incêndio florestal que chegou a progredir em três frentes, no concelho de Cantanhede. O fogo foi detectado numa zona de pinhal pelas 15h16 e só foi dado como extinto às 18h12. No combate às chamas, além dos aviões russos e de um helicóptero, estiveram 76 bombeiros, auxiliados por 21 viaturas, segundo dados da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC). Na tarde de ontem, registaram-se diversos focos de incêndio por todo o País, que os bombeiros conseguiram controlar antes de assumirem grandes proporções. Os casos mais preocupantes verificaram-se na Encosta do Castelo, Alferrarede, Abrantes, onde foi necessária a intervenção de 79 bombeiros, 23 viaturas e um meio aéreo. E em Carvalhal, Sertã, para onde foram chamados 58 bombeiros, com 16 viaturas de combate aos incêndios. Neste fogo estiveram também cinco meios aéreos. Ao início da noite, todos os fogos estavam dados como extintos. Correio da Manhã
Francisco Pedro, Leiria com P.D
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