Associação ambientalista exige aposta na gestão e conservação da floresta
A aposta na gestão e conservação da floresta para prevenir os incêndios «continua a tardar», defendeu esta quarta-feira a Quercus, que aponta o ordenamento como essencial, tal como a diversificação da paisagem, a educação cívica e a vigilância.
Em comunicado citado pela Lusa, a associação ambientalista refere que, sete anos após «a catástrofe do Verão de 2003», apesar de algumas melhorias no sistema de coordenação e combate aos fogos, «a aposta na prevenção continua a tardar para a gestão e conservação da floresta portuguesa» durante todo o ano.
Para a Quercus, «é difícil ordenar o que não se conhece», por isso defende ser «urgente» a elaboração de um novo cadastro da propriedade rústica para servir de base a uma política florestal que promova o associativismo e a gestão da estrutura minifundiária de grande parte da floresta do norte e centro do país.
As Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) «ainda não estão devidamente operacionalizadas no terreno, devido em parte à burocracia associada e à falta de financiamento da gestão florestal».
O ordenamento florestal deve estar integrado nos planos municipais onde a necessidade de conter a dispersão urbanística nos espaços florestais deve ter «particular atenção».
«Portugal parece particularmente empenhado em destruir a sua própria floresta, autorizando diversos projectos de urbanização em áreas condicionadas, nomeadamente áreas de montado de sobro e azinho e florestas litorais», critica a Quercus.
A associação salienta também a necessidade de apostar na silvicultura preventiva sustentável, adaptada às condições ecológicas de cada local, com a diversificação da floresta e utilização de espécies autóctones mais resistentes ao fogo, como carvalhos ou sobreiros.
«A aposta na educação cívica e ambiental é fundamental para promover uma alteração dos comportamentos de risco actualmente existentes, dado que não se pode usar o fogo nos espaços florestais no período crítico do Verão», diz a Quercus, realçando o estímulo à participação de todos na vigilância.
A entidade ambientalista defende a necessidade de «agilizar o acesso às verbas previstas no Fundo Florestal Permanente e no PRODER para a gestão da floresta portuguesa».
A Quercus salienta que, com os incêndios e maior área ardida, «aumenta o risco de erosão, o risco de cheias, uma diminuição da qualidade da água principalmente com as primeiras chuvadas após o incêndio, havendo ainda emissões consideráveis de gases com efeito de estufa e uma alteração do uso do solo».In Tvi24