segunda-feira, 26 de outubro de 2009

EDP vai "limpar" zonas florestais junto a um terço da sua rede de distribuição]‏

15 milhões em três anos para evitar incêndios

EDP vai "limpar" zonas florestais junto a um terço da sua rede de distribuição

A EDP anunciou hoje que vai investir, nos próximos três anos, mais de 15 milhões de euros na limpeza das zonas florestais junto às linhas de distribuição para evitar a deflagração e propagação de incêndios.

As acções vão abranger um terço dos mais de 66 mil quilómetros da rede aérea da eléctrica nacional e visam a manutenção e também a criação de novas faixas de gestão de combustível em torno dos postes de alta e média tensão.

O Parque Natural de Montesinho, no Distrito de Bragança, é uma das zonas abrangidas e para o efeito a EDP formalizou hoje dois protocolos com o ICNB-Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade.

Os protocolos estabelecem os termos da colaboração entre as duas entidades e a regulação das intervenções a realizar numa zona integrada no Sistema Nacional de Áreas Classificadas.

As intervenções serão realizadas ao nível da constituição e manutenção da rede secundária de Faixas de Gestão de Combustível, a desenvolver sob a rede de distribuição de energia eléctrica, bem como para manutenção das faixas de protecção das linhas aéreas de alta e média tensão.

Segundo a EDP, a rede secundária de Faixas de Gestão de Combustível visa a gestão da carga combustível ao nível do solo, de forma a garantir a protecção das infra-estruturas e a redução das condições de ignição e propagação de fogos.

Por sua vez, a manutenção das faixas de protecção das linhas aéreas de Alta e Média Tensão visa assegurar que a distância entre as árvores e as linhas se mantém dentro dos valores regulamentares, não pondo em risco a segurança de pessoas e bens.

A empresa refere ainda que "a manutenção destas faixas constitui uma responsabilidade dos proprietários dos terrenos que, quando cumprida, lhes permite maximizar a rentabilidade das zonas atravessadas pelas linhas".

Porém, "a EDP é forçada a actuar perante situações de risco nos casos em que os proprietários não executam as devidas acções de manutenção".

No triénio 2010-2012, a empresa prevê intervir em perto de 23 mil dos mais de 66 mil quilómetros da rede aérea de Alta e Média Tensão.

As intervenções representam um investimento superior a 15 milhões de euros e destinam-se à constituição de quase três mil quilómetros de rede secundária de Faixas de Gestão de Combustível, acções de manutenção em mais de 17 mil quilómetros de Faixas de Protecção de Linhas Aéreas e manutenção de 2520 quilómetros da Rede Secundária já existente.n

Lusa

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Incêndios- sortelha o maior da Europa

Cerca de 40 por cento dos fogos começaram durante a noite, afirmou o comandante operacional da ANPC RTP

A área ardida até ao final do mês de Setembro foi seis vezes superior ao mesmo período de 2008. Os 77 mil hectares de floresta e mato ardidos colocam Portugal no 3.º lugar dos países mais afectados pelos fogos, logo atrás da Espanha e da Itália. O incêndio na região da Guarda foi o maior da Europa, refere o sistema europeu de incêndios. Na origem dos fogos estão comportamentos humanos como negligência.

"Houve um aumento significativo do número de incêndios à noite", afirmou o comandante operacional da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), durante a sessão de apresentação dos dados. Gil Martins considera que os resultados de 2008 e do ano antecedente foram "anos muito bons, mas não eram consolidados". O comandante sublinha que "não é possível alterar os comportamentos" de repente.

Os 23 043 fogos deste ano destruíram 77 131 hectares de floresta e mato, enquanto no ano passado os 9 945 fogos queimaram11 806 hectares.

Quase 70 por cento dos incêndios tiveram origem humana, 30 por cento estão relacionados com causas indeterminadas e um por cento começaram por causas naturais, detalhou o general Mourato Cabrita. Cerca de 40 por cento dos fogos começaram durante a noite, tendo o maior número destas ocorrências ocorrido a 30 de Agosto (184 fogos).

O principal factor humano identificado com os fogos é a negligência (41 por cento), seguida dos incêndios intencionais (28 por cento), referiu ainda o segundo comandante-geral da GNR.

O número de crimes "mais do que duplicou" e as contra-ordenações atingiram um número significativo. Mourato Cabrita considera que "as câmaras deviam exercer mais a sua capacidade coerciva sobre os cidadãos e exercer uma acção repressiva em caso de não cumprimento da lei". Uma das situações em causa é a limpeza das matas.

O facto de em Agosto ter ardido o dobro da área de Setembro poderá estar relacionado com as altas temperaturas e baixa humidade. Uma explicação afastada pelo responsável da Protecção Civil, segundo quem os dias de mais calor não coincidem com um grande aumento de ocorrências.

"A severidade meteorológica pouco tem a ver com o número de ocorrências. As condições meteorológicas e a orografia têm a ver com a forma como se propaga o incêndio, os comportamentos humanos têm a ver com o início dos incêndios", afirmou Gil Martins. O comandante operacional da ANPC sublinha que os 77 mil hectares de área ardida até 30 de Setembro ainda estão abaixo da meta anual (100 mil hectares) definida no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios.

Portugal no top3 dos países mais afectados

Portugal foi o terceiro país da União Europeia mais fustigado pelos incêndios florestais, depois da Espanha e da Itália, refere o relatório do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais.

O primeiro documento publicado este ano, que reúne dados até final de Agosto, refere que foram mais os incêndios no Norte do país e que as áreas queimadas eram zonas florestais, de produção de madeiras e terrenos agrícolas.

Os incêndios florestais em Portugal atingiram 11 435 hectares que pertencem à rede Natura 2000. Ainda de acordo com o documento europeu, o incêndio na região de Sortelha (Guarda) de final de Agosto foi o maior fogo registado na Europa. Arderam 9841 hectares. In Rtp