Suspeita. Números de área ardida superiores aos da Agência Europeia de Incêndios são avançados pelo presidente da câmara
Os fogos no Sabugal consumiram uma área superior a 10 mil hectares. A avaliação é do presidente da câmara que suspeita de fogo posto, tese que a Judiciária já está a investigar no terreno. A descida das temperaturas e o aumento da humidade relativa contribuíram para uma acalmia no combate às chamas. E ajudou os populares a fazer as contas aos prejuízos.
Quatro dias de fogo deixaram um rasto de destruição no concelho do Sabugal. Em Sortelha, onde as chamas consumiram 1555 hectares segundo os números do Sistema Europeu de Informação de Fogos, o fogo "matou animais, queimou pastos e barracões agrícolas", contou o presidente da junta. Aqui o problema é agora "a falta de alimento para os animais", lembrou Luís Paulo.
As chamas deixaram rodeadas de fogo as aldeias de Caldeirinhas, Dirão da Rua, Quarta-Feira, Vale da Escaleira e Quintas da Ribeira da Nave. A população criticou a falta de bombeiros, mas o comandante da Protecção Civil da Guarda recordou que "houve um momento em que o fogo progrediu rapidamente e as equipas de combate foram deslocadas". António Fonseca apontou a "elevada propagação do fogo que galgou a estrada nacional, numa altura em que as aldeias não estavam em perigo" como responsável pelo abandono "temporário" destes aglomerados. Apesar disso reconheceu que "o forte reforço de meios, que incluiu quatro colunas de reforço, obrigou a uma reorganização no teatro das operações e a situação, que ocorreu, durou pouco tempo", adiantou. Ontem, "as baixas temperaturas e o aumento da humidade relativa" deram aos bombeiros um dia de" rescaldo e vigilância, pese embora algumas reactivações".
Reactivações que para o presidente da Câmara do Sabugal "são fogo posto, sem qualquer dúvida". Só ontem "houve cinco incêndios novos e tem de andar aqui mão de alguém", adiantou Manuel Rito. A autarquia ainda se encontra a fazer o levantamento dos prejuízos, mas o autarca aponta para uma "área ardida superior a 10 mil hectares", Números corroborados por alguns oficiais da GNR. A Agência Europeia de Fogos está ainda a contabilizar a área ardida, tendo apurado até agora que 6391 hectares foram consumidos pelas chamas.
Ontem ao início da noite os bombeiros continuavam a combater as chamas em Pinhel, na Guarda e em Carrazeda de Ansiães, distrito de Bragança, Registaram-se também incêndios na Guarda, em Coriscada e Vila Real. A Sul, um fogo em Sesimbra, era ao final da tarde a única ocorrência a preocupar os bombeiros. Para hoje, o risco de incêndio volta a ser muito elevado no Norte do País e extremo em Bragança e Santarém. IN DN