segunda-feira, 29 de junho de 2009

Incêndios: Área ardida já atingiu valores registados em todo o ano de 2008


28.06.2009
Lusa

A área ardida em Portugal atingiu nos primeiros seis meses do ano valores idênticos a todo o ano de 2008, cerca de 17 200 hectares, revelam dados provisórios da Autoridade Florestal Nacional (AFN).

O relatório provisório de incêndios florestais, disponível na página da Internet da AFN, mostra que entre 01 de Janeiro e 15 de Junho arderam 17 262 hectares (ha), entre povoamentos (4 612 ha) e matos (12 650 ha), área semelhante à devastada pelas chamas em todo o ano de 2008, quando foram consumidos 17 244 ha. Segundo os dados, a área ardida até 15 de Junho mais do que quadruplicou face ao mesmo período do ano passado, quando arderam 4 251 hectares.

As ocorrências também aumentaram, tendo subido 88 por cento relativamente a período idêntico do ano passado, mas longe das 13 832 ocorrências verificadas em todo o ano de 2008.

De 01 a 15 de Junho deste ano registaram-se 6 981 ocorrências (2 129 incêndios florestais e 4 852 fogachos), de acordo com o relatório.

O histórico, entre 1999 e 2009, mostra que até 15 de Junho o total registado em ocorrências e área ardida é superior ao verificado no mesmo período de anos anteriores, à excepção de 2005, quando ocorreram 10 662 ocorrências que afectaram 20 575 hectares, adianta o documento da AFN.

Os dados mostram, igualmente, que Março foi o mês com o maior número de ocorrências (3 644) e área ardida (13 060), bem com em reacendimentos (181), correspondendo a área ardida a 76 por cento do total do ano.

De acordo com o documento, Vila Real é o distrito com maior área ardida, tendo sido consumidos 4 273 hectares, seguido de Bragança (2 946 ha) e Braga (2 943 ha).

Por sua vez, o maior número de ocorrências verificou-se no Porto, distrito "fortemente influenciado pelo elevado número de fogachos", que afectaram áreas inferiores a um hectare.

Distritos como Vila Real, Viseu e Bragança também apresentam um total de ocorrências elevado, sendo que Vila Real é o único que regista um número de incêndios florestais superior a fogachos, cujo significado é o aumento da área ardida, diz o relatório.

Segundo os dados provisórios, até 15 de Junho registaram-se 20 grandes incêndios (com uma área afectada igual ou superior a 100 hectares), correspondendo a 31 por cento da totalidade de hectares queimados. Ecosfera


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Curso sobre “Comportamento do Fogo e Segurança Pessoal no Combate aos Incêndios Florestais” (20 Junho)‏

Vai-se realizar no próximo dia 20 de Junho de 2009, no Auditório Vergílio António Pinto de Andrade na Escola Superior Agrária de Castelo Branco (ESACB), o Curso sobre “Comportamento do Fogo e Segurança Pessoal no Combate aos Incêndios Florestais”, promovido pelo Núcleo de Protecção Civil (NPC) da ESACB), em parceria com a ADAI – Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial. Sendo esta uma instituição ligada ao Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra, sob coordenação do Prof. Dr. Domingos Xavier Viegas, que através do seu Centro de Estudos Sobre Incêndios Florestais (CEIF) na Lousã tem nos últimos anos vindo a desenvolver um longo trabalho de investigação nesta área dos incêndios florestais.

Esta iniciativa é aberta a todos os interessados, desde Bombeiros, Força Especial Bombeiros, Sapadores Florestais, gabinetes municipais de Protecção Civil, gabinetes Técnicos Florestais, jornalistas, entre outros agentes protecção civil.

O preço das inscrições, com refeição incluída, é o seguinte: sócios do NPC - 15 €; Bombeiros e alunos 25 €; outros participantes 40€.

Fonte: http://www.esa. ipcb.pt/index. php?option= com_content& task=view& id=436&Itemid= 2

Luís da Costa Carvalho | Geógrafo
Serviço Municipal de Protecção Civil | Câmara Municipal da Amadora
Av. Movimento Forças Armadas n.º1 | 2700-595, Amadora - Portugal
Tel. +351 21 494 55 73 | luis.carvalho@ cm-amadora. pt

Portugal sem fogos depende de todos.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Vigilantes Florestais (m/f)(08-06-09)


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Anónimo

Zona Lagos, Faro



Tipo: Tempo Inteiro

Referência # 746496

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A VEDIOR Recursos Humanos recruta para empresa cliente em Lagos: VIGILANTES FLORESTAIS.

Requisitos:


- Experiência profissional em combate a incêndios (passagem por uma corporação de bombeiros preferencialmente);


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- Idade e Robustez física adequada;


- Disponibilidade total e imediata.

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Local de Trabalho: Concelho de Lagos.

Se reúne os requisitos pretendidos, envie o seu currículo, ou dirija-se às nossas instalações:


Vedior Recursos Humanos


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domingo, 7 de junho de 2009

Prevenção dos incêndios pode hipotecar biodiversidade das florestas


07.06.2009
Nicolau Ferreira
A prevenção dos incêndios pode pôr em perigo a biodiversidade das florestas. Parece ser uma antítese, mas um artigo publicado recentemente por um biólogo e especialista em insectos português dá o alerta para a pouca consideração que as espécies vivas e em particular os insectos têm na legislação portuguesa criada para minimizar o risco dos fogos.
No início do mês, um especialista norte-americano que esteve em Portugal para avaliar como o país se preparou para nova época de incêndios avisou que este Verão podia ser um pesadelo para os bombeiros e todas as populações que vivem nas imediações da floresta. Há matagal nas florestas portuguesas suficiente para uma repetição das catástrofes que ocorreram em 2003 e 2005, depois de um Inverno e uma Primavera especialmente secos.

José Alberto Quartau, entomólogo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, é o primeiro a recordar-se do problema dos incêndios que é típico do clima do Sul da Europa, mas não deixa de criticar o Decreto-Lei n.º 124/2006, onde são estabelecidas as regras para a limpeza das florestas. "A lei parece-me bem feita, mas apenas se preocupou com a prevenção dos incêndios, um problema gravíssimo no Mediterrâneo"

, explica o entomólogo, mas há falhas, falta "estabelecer normas da conservação da biodiversidade".

O que o investigador teme é o impacte que uma limpeza excessiva e desregrada do subcoberto vegetal - toda a vegetação mais rasteira que cresce por baixo das árvores que é o principal habitat dos insectos - poderá ter na sobrevivência das espécies de insectos. A preocupação deu origem a um artigo de opinião que o investigador enviou para a revista científica Journal of Insect Conservation no final de 2007 e que foi publicada primeiro numa versão on-line em Julho do ano seguinte e que agora saiu na revista impressa.

A lei define duas escalas para as áreas de gestão. Os cobertos florestais com mais de 500 hectares - um quadrado com mais de 2236 metros de lado - terão que ser separados por faixas de terreno com a largura de 125 metros onde todo o coberto vegetal terá que ser removido. Áreas que não sejam maiores do que 50 hectares - um quadrado com 707 metros de lado - terão que ser separadas por faixas com um tamanho entre dez e 50 metros, nos casos de maior risco de incêndios poderá ir até aos cem metros.

O tamanho das faixas de separação será de acordo com o que existe nas extremidades do coberto vegetal: ruas, caminhos-de-ferro, edifícios, aldeias. Apesar destas limitações, Quartau tem medo da aplicação da lei. "Na prática, quem limpa, rapa tudo. Contrata uma empresa que não tem directivas ecológicas e limpa o mato todo", alerta. E é na continuidade deste processo, que pode ser ainda mais violento quando o material resultante está destinado à ser utilizado como biocombustível - o que está previsto na mesma lei -, que critica a falta de visão de quem fez a lei.

"A floresta só com árvores é uma abstracção", explica o investigador e antigo professor. A floresta é um ecossistema e "se esse ecossistema é formado pelas árvores e por todos os intervenientes que estão em relações muito estreitas de co-evolução isso quer dizer que de algum modo, durante milhões de anos, esse conjunto é fundamental".

O subcoberto tem importância para manter o equilíbrio da floresta. É aqui que entram uma série de processos de decomposição, produção de húmus, onde os insectos têm uma importância grande. A intensidade com que se limpa o subcoberto pode eliminar populações e espécies de insectos, muitas delas endémicas.

Ao diminuir esta diversidade, as espécies sobreviventes, agora sem os seus inimigos naturais, tornam-se pragas e um ecossistema que antes funcionava bem, era produtivo, torna-se vulnerável. José Alberto Quartau atira com o exemplo clássico da cigarra que destruía as vinhas da Califórnia: "Quando se deixava estar vinhas não tão puras e com silvados encostados, as cigarras não eram praga." Os silvados eram o habitat de "vespinhas minúsculas" que passavam lá o Inverno. Quando as cigarras irrompiam na Primavera e atacavam as folhas das vinhas, eram imediatamente controladas pela espécie de vespa.

Uma lei do século XXI

No artigo de opinião, Quartau descreve alguma da biodiversidade de insectos que se conhece e muita que falta conhecer em Portugal e aponta direcções para a conservação das espécies, como a forma e o tamanho dos cobertos vegetais ou as dimensões que separam uma mata de outra. Mas, para o investigador, é urgente pôr todas as áreas da biologia a discutir a prevenção.

"O que nós precisamos é de uma lei que faça a prevenção dos incêndios sem danos à biodiversidade. Em termos absolutos, isso é impossível", por isso Quartau defende que se deve reunir pessoas com conhecimento sobre incêndios e sobre biodiversidade.

"Uma lei do século XXI deve aproveitar tudo o que sabemos e nunca descurar a parte ecológica."

Ecosfera

RELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE DA PAISAGEM E O RISCO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

Resumo em Português: A qualidade de uma paisagem é um atributo intrínseco de um território. A fragilidade depende do tipo de atividade que se desenvolve nesse território. Regiões com baixo valor paisagístico podem apresentar condições que favoreçam a propagação de incêndios, em função das características do material combustível oriundas da cobertura vegetal, relevo e condições meteorológicas. Uma paisagem degradada é um ambiente frágil, podendo permitir a ação de agentes externos, como a erosão, as pragas e o fogo. O objetivo deste trabalho foi buscar uma relação entre a qualidade da paisagem e o risco de incêndios florestais, usando métodos de valoração da qualidade e da fragilidade da paisagem, baseados em mapas descritivos de uma região. A área estudada foi a Fazenda Brejão, propriedade da Empresa Vallourec & Mannesmann, localizada em Brasilândia, Minas Gerais. Os resultados indicam boa correlação entre a qualidade da paisagem e o risco de incêndios florestais, sugerindo que a valoração da qualidade da paisagem pode ser uma ferramenta importante para o zoneamento do risco de incêndios.
Palavras-chave em Português: Fragilidade da paisagem, valoração da paisagem, zoneamento de risco, incêndio florestal

Resumo em Inglês: Relationship between landscape quality and forest fire risk. The landscape quality is an intrinsic attribute of a territory. The fragility of the landscape depends on the type of activity developed in this territory. Regions with low landscape quality can present conditions that favor the fire spread, in function of the forest fuel, existing vegetal covering and characteristics of meteorological conditions. A degraded landscape is a fragile environment, being able to allow the action of external agents as the erosion, the plagues and forest fires. The objective of this work was to search a relation between landscape quality and forest fire risk, using methods of landscape quality and fragility evaluation, based on descriptive maps of a region. The studied area was the Brejão Farm, property of the Company Vallourec & Mannesmann, located in Brasilândia, Minas Gerais state. The results indicate a good correlation between the landscape quality and the forest fire risk, suggesting that the landscape quality can be an important tool for the refinement and zoning of the fire risk. Keywords: Landscape fragility; landscape valuation; mapping.
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quarta-feira, 3 de junho de 2009

O risco de o país voltar a arder como em 2003 ou 2005 é cada vez maior


02.06.2009
Ana Fernandes

O que ardeu em 2003 e em 2005 já está pronto para voltar a arder, com a agravante que o que está no terreno propicia a evolução das chamas ainda mais rapidamente, alertou hoje Mark Beighley, consultor norte-americano que esteve duas semanas em Portugal para avaliar como o país se preparou para os incêndios. O pior, sublinha, é que o sistema de combate que entretanto se montou ainda não foi testado, um risco “que não deve ser subestimado”.

Num congresso organizado pela Portucel, Beighley – que percorreu o país após os anos catastróficos de 2003 e 2005, deixando sugestões, e agora voltou para avaliar o que foi feito – alertou que o risco de se voltar a ter um ano atípico, em que ardem mais de 250 mil hectares, é cada vez maior. A probabilidade “aumentou de um em oito anos para um em quatro.”

As razões ambientais – condições meteorológicas severas – explicam parte do problema. Mas não só. “O povo português é o problema”, diz. Porquê? “Porque 97 por cento das ignições são causadas pelo homem, um número largamente superior ao que existe nos países vizinhos.”

Beighley elogiou o esforço feito no reforço do sistema de combate. Mas salientou que esta aposta só deveria existir como último recurso, quando todas as outras falham. O segredo está na prevenção, pelo que o tratamento de combustíveis na floresta tem de ser alargado e deve haver um esforço, desde a escola, para educar sobre o uso do fogo nos espaços rurais, "o que deverá levar uma geração".

Só que, mesmo em relação ao combate, nem tudo está bem: “A floresta é a última prioridade, depois das vidas e das propriedades.” Assim sendo, a probabilidade de os grandes incêndios florestais no interior se descontrolarem é elevada já que os meios estão sobretudo vocacionados para o interface entre as populações e as florestas.

“O combate melhorou e em anos com condições meteorológicas normais ou abaixo do normal, em que os fogos estejam em zonas costeiras,urbanizadas, os meios devem responder de forma eficiente, mas mesmo em anos normais, as forças de combate podem ter problemas em responder a grandes incêndios nas zonas rurais”, disse.

Sublinhando que o sistema de combate ainda não foi testado num ano normal – “todos concordam que 2007 e 2008 foram benignos” -, o consultor americano com 34 anos de experência em gestão florestal e de incêndios para o Governo dos EUA afirmou que o risco do sistema não funcionar em condições extremas não deve ser subestimado.

Beighley elogiou que já exista um embrião para a defesa estrutural da floresta, apostando na prevenção, mas lembra que os combustíveis estão a acumular-se a uma velocidade extraordinária, e que o tempo urge. “Falei com populações, bombeiros e técnicos e todos concordam que o que ardeu em 2003 e 2005 está pronto para arder outra vez, só que mais rapidamente porque hoje são matagais”, adiantou. Ecosfera